Amamentação sem dor
Durante a minha gravidez, ouvi diversas histórias de outras mães que enfrentaram dificuldades na amamentação. Entre histórias e relatos de dor intensa, problemas relacionados com o ganho de peso do bebé e outros situações, fizeram-me preparar mentalmente para todo este processo quando o meu bebé nascesse.
Como grande defensora da amamentação, sempre sonhei em alimentar meu filho com o meu próprio leite e estabeleci como objetivo mantê-lo amamentado até os dois anos de idade, conforme recomendado pela Organização Mundial da Saúde.
A amamentação é uma experiência mágica, repleta de amor, na qual alimento o meu bebé e ofereço todos os benefícios inigualáveis do leite materno. Não há no mundo outra fonte de alimento mais nutritiva para os bebés do que o leite materno.
No entanto, tenho plena consciência de que muitas mães enfrentam dificuldades em amamentar os seus filhos. Por isso, neste artigo, compartilharei a minha experiência na amamentação e como este processo foi e continua a ser incrível e prazeroso.
Posicionar a maminha na boca do bebé
Quando meu bebé nasceu e foi colocado na minha maminha, ele aprendeu a fazer a chamada “boa pega” nos primeiros minutos de vida. Com a ajuda da enfermeira, meu mamilo foi estimulado para fora e colocado na boca do meu filho. Ou seja, a pega inicial não foi feita exclusivamente pelo bebé, houve sempre ajuda neste processo.
Essa foi a abordagem que segui nas semanas seguintes, até que meu bebé conseguisse fazer a pega sozinho, sem precisar da minha ajuda.
Além de procurar uma posição confortável para ambos, essa técnica garantia que a aréola do meu mamilo ficasse completamente dentro da sua boca, o que também resultou numa ausência de desconforto durante a sucção.
É fundamental que exista um ritmo constante de sucção e deglutição por parte do bebé, e que seja percecionado que se sentir dor indica que a pega no peito não está a ser a correta. Amamentar de maneira precisa e eficiente não causa dor e é uma das melhores sensações que uma mãe pode experimentar.
No entanto, caso estejas a ter dificuldades, é importante saberes que há uma rede de especialistas e consultores em amamentação nos hospitais e clinícas que podem-te ajudar nesse processo.
Cuida da tua maminha
O processo da subida do leite e a forma como é gerido todo o processo de esvaziamento da maminha após cada mamada poderá ser crucial para não desenvolveres uma mastite (inflamação no peito).
A produção do meu leite ocorreu após o quarto dia do nascimento do meu bebé, e devo dizer que as minhas maminhas pareciam prestes a explodir de tão inchadas que estavam. Além de estarem extremamente volumosas, também ficaram extremamente quentes. Para aliviar esse desconforto, precisei de recorrer a uma bomba extratora de leite para retirar o excesso de leite após cada mamada.
Posso afirmar com confiança que foi o que me salvou de desenvolver uma mastite logo nos primeiros dias da amamentação. Embora não seja um procedimento recomendado pelos médicos, foi extremamente útil para mim nesse processo.
Nas primeiras semanas após o nascimento, também tive o cuidado de manter meu corpo bem hidratado, e aplicava com frequência uma pomada regeneradora da Medela para hidratar os meus mamilos.
Apoiada na mina experiência pessoal, se estás a amamentar e estás com dor, calor ou fissuras nos seios, é importante procurares ajuda de um profissional de saúde para obteres orientação e apoio. A febre alta é um dos sintomas de mastite, portanto, não deixes que o desconforto chegue a um estagio avançado da inflamação.
Utiliza água quente durante o banho para ajudar a dissolver os nódulos nas maminhas, e em seguida, aplica compressas frias para evitar a evolução do processo inflamatório.
Amamentação sob livre demanda
A amamentação sob livre demanda desempenha um papel crucial na garantia de que o teu bebé possa receber a quantidade adequada de leite que precisa, ao mesmo tempo em que permite que tu possas esvaziar o teu peito, quando este estiver muito cheio. Assim, a amamentação sob livre demanda não beneficia apenas o bebé, como também é vantajosa para ti.
Oferece a maminha sempre que o teu bebé pedir, sem te preocupares com a duração de cada sessão. Alguns bebés podem mamar apenas por alguns minutos e ficarem saciados, enquanto outros podem mamar por mais de meia hora ou até mesmo uma hora. O importante é permitires que o teu filho mame pelo tempo necessário e que ele esteja satisfeito após cada mamada.
Quanto à alternância entre as mamas, não existe uma regra fixa. Faz o que funcionar melhor para ti e para seu bebé. No meu caso, eu oferecia apenas uma maminha por mamada, pois era o suficiente para deixar meu bebé saciado. Só comecei a oferecer as duas maminhas por mamada quando percebi que a quantidade de leite que meu bebé estava a beber tinha aumentado.
Não desistas de amamentar o teu bebé
Se tu não pretendes amamentar o teu bebé e a amamentação está causar alguma dor e desconforto, e estás a pensar em desistir, quero que saibas que está tudo bem, e que isso não faz de ti uma má mãe.
No entanto, se a amamentação é algo que realmente desejas para o crescimento do teu bebé, não desistas e procura ajuda. Existem muitos especialistas disponíveis para te ajudar durante todo o processo.
SOS Amamentação: procurar ajuda para amamentar
Caso precises de apoio e aconselhamento, existe uma linha de apoio disponível para todas as mães, a SOS Amamentação. A SOS Amamentação é uma associação sem fins lucrativos que tem como principal objetivo auxiliar mães e suas famílias a amamentarem com sucesso e sem dor.
Todo o suporte oferecido é prestado por voluntárias com formação em aconselhamento em aleitamento materno, seguindo as diretrizes da Organização Mundial de Saúde e da UNICEF.
A linha SOS Amamentação funciona das 10h às 18h e podes entrar em contato traves do número 213 880 915.
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